
Depois de 15 tentativas, finalmente Kevin McCarthy conseguiu seu objetivo. Foram quatro dias de votação para escolher o novo “speaker” da Câmara, uma espécie de presidente em comparação com o parlamento brasileiro.
Passava das 11 da noite quando o resultado da 14ª votação havia mostrado um resultado em que McCarthy perdia a posição por um voto, 216 votos republicanos contra 212 de Hakeem Jeffreis e 04 votos em dois outros deputados e duas pessoas declarando apenas presente. Foi justamente num dos momentos históricos dessa votação que McCarthy é visto conversando com o deputado eleito da Flórida, Matt Gaetz. Num instante que parecia mais uma discussão acalorada, foi colocada em votação uma moção para adiar a votação para segunda-feira.
Faltando poucos minutos para encerrar a votação nominal, Gaetz chega junto de McCarthy que fala ao seu ouvido. Logo em seguida, o deputado puxa um papel vermelho e indica que iria mudar o voto. Junto com ele alguns parlamentares republicanos eleitos que também mudam o voto, desconsiderando a possibilidade de adiar a votação.
Os âncoras das emissoras americanas já previam que McCarthy teria chegado a um acordo com Gaetz.
Em mais uma hora de votação, a 15ª rodada foi definida quando seis anti-McCarthy votaram apenas como “presentes”, ficando de fora dos votos válidos. Dessa forma, McCarthy precisaria de apenas 215 votos para se tornar o novo presidente da Câmara dos Estados Unidos.
“Ele teve o mínimo de votos necessários e vai ter um grande problema para aprovar qualquer tipo de lei na Câmara. Ele vai ter que começar com os seis que votaram contra ele, exigindo um voto nulo para poder negociar qualquer outra coisa”, disse Symone Sanders, apresentadora e comentarista do canal a cabo MSNBC.
Uma imagem que chamou a atenção foi ver George Santos – que votou todas as vezes em McCarthy – sentado ao lado dos protagonistas da noite, Matt Gaetz e Lauren Boerbert, que são responsáveis pelo grupo contrário ao novo presidente da Câmara.

“O que vimos foi um jogo de xadrez político para conseguir um acento. Isso é exatamente o que é o partido republicano. O que vai acontecer é que o partido quer negar tudo que venha do governo democrata. Eles querem e podem fechar o governo, questionar coisas que não são questionáveis e fazer sua vitrine com a base eleitoral”, complementa Tim Mueller.
“Estamos num momento muito delicado da nossa economia. E agora não é hora para brincar esse tipo de jogo”, disse Allie Velchi, âncora do canal a cabo MSNBC. “O presidente disse que está preparado para trabalhar com os republicanos e espero que eles estejam prontos para trabalhar comigo também. Apesar do presidente ter dito que isso foi um embaraço para os republicanos, ele enviou já os parabéns para o novo presidente da Câmara”, completou.